Entrevista Dona Zaíra para o blog 'Curitiba Tem Forró'

Fala gente!

Hoje vou "puxar a sardinha pro meu lado" um pouco...rs...acho que os leitores do blog sabem que tenho um quinteto de forró, e posso dizer com certeza que  esses parceiros do meu grupo são alguns dos grandes 'culpados' pela minha opção em  fazer da música a minha profissão. Queria apresentar a vocês esse grupo que se chama Quinteto Dona Zaíra. Essa semana demos uma entrevista para o "Curitiba Tem Forró", um blog de pessoas muito envolvidas que atuam diretamente na disseminação e conservação desse movimento em Curitiba.


Confiram a entrevista na íntegra!

Inté!

Entrevista - Quinteto Dona Zaíra

EEEEEEEEEE AE meus queridos!

Ta chegando o fim de semana e pra esquentar vamos saber mais sobre uma banda suuuuuper boa que vem conquistando todo mundo por onde passa.
Eles contam com a importante conquista do 3º lugar no FENFIT 2009 (Festival Nacional de Forró de Itaúnas - Espírito Santo), onde concorreu com 24 bandas do país todo. Além da participação no FENFIT, o Quinteto mostrou seu trabalho em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Florianópolis, totalizando aproximadamente 250 apresentações entre 2009 e 2010.

Com vocês, Quinteto Dona Zaíra!

C.T.F: Quinteto Zaíra, apresentem-se para o Curitiba Tem Forró. (Nome e instrumento que toca)

Zaíra: Quinteto Dona Zaíra em ordem alfabética! rs
André - sanfona e vocal
Diego - triângulo e coro
Matheus - contrabaixo e coro
Rafael Baby - zabumba e vocal
Rafinha - cavaco e coro

C.T.F: Como é ter um quinteto de forró no movimento, contando com baixo e cavaquinho, num circuito tradicionalista e conservador que entende que os trios, e somente eles, fazem forró pé-de-serra de verdade?

Zaíra: Primeiro queremos agradecer a todo o circuito do pé de serra, produtores e público, que têm nos recebido muito bem em todos os lugares onde temos tocado. Ficamos felizes porque o público do forró, em sua maioria, é formado por pessoas com sede de cultura inquietas e insatisfeitas com a pouca divulgação que a nossa cultura popular tem na mídia. Eles poderiam estar em qualquer baladinha, mas preferem viajar horas e horas (às vezes dias) pra estar nos grandes festivais de forró e reverenciar nossas raízes musicais brasileiras. Pra nós isso é emocionante.
Sobre nossa formação em quinteto, o que pensamos é que todos podem fazer uma boa reflexão antes de seguir a maré de um movimento muito radical, qualquer que seja ele. Antes de emitir uma opinião, deve-se pesquisar muito sobre o assunto, e aí sim declarar sua posição. Nós do quinteto, como músicos e pesquisadores do forró, nos apaixonamos de cara pelo forró quando começamos a ouvir Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca, Marinês, Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste, Zito Borborema, entre muitos outros, e decidimos que queríamos tocar esse som com a mesma pegada que ouvíamos nos discos. E qual é o som que ouvimos nos discos? Zabumba, triângulo, sanfona, cavaco, contrabaixo, pandeiro, violão de 7 cordas, agogô, reco-reco, guitarra, bateria, ganzá...etc, etc, etc
Então, se Luiz Gonzaga e seus sucessores produziram tanta coisa boa com uma instrumentação super variada, quem somos nós pra contrariar o Rei do Baião? Amamos o que fazemos, pretendemos tocar até o fim da vida e estamos apenas seguindo a herança que Gonzagão deixou nos discos...está lá tudo gravadinho, é só ouvir!

C.T.F: Vocês sofrem muito preconceito em função disso? Que situações já passaram por remarem contra a maré?

Zaíra: Olha, muitos já nos trataram com desconfiança, mas essa desconfiança geralmente acaba quando subimos no palco e fazemos nosso som. Independente de ter 3, 5 ou 10 pessoas numa banda, acho que o público sente quando o trabalho é feito com verdade, segurança e vontade. Quando o som começa a rolar, e a galera começa a dançar, ninguém mais liga pra maré nenhuma. É só fechar os olhos e sentir a música... desde que a música seja boa, para nós não existe formação ideal.
Inclusive ficamos muito felizes com nossa participação no Festival Rootstock 2010. O show foi ótimo, sentimos uma energia muito boa no palco e todo mundo cantou junto a nossa música "Tome Forró!". Quando acabamos nosso show, o DJ Ivan (produtor do Rootstock e dono do site Forró em Vinil), subiu ao palco e disse no microfone: "Esse é o Quinteto Dona Zaíra, provando que o forró de verdade não é feito apenas por trios". Esse momento foi muito importante pra gente!

C.T.F: Como foi fundado o quinteto? O Dona Zaíra sempre teve essa formação?

Zaíra: O quinteto começou a tomar forma no final de 2004. A formação original era Baby, André, Matheus, Vitor e Fúlvio, e já tocávamos juntos desde 2003. Antes do Dona Zaíra existir oficialmente, representamos nossa cidade no Festival Viola de Todos os Cantos (realizado pela Rede Globo local), e fomos a banda oficial da Rádio Onda Livre, acompanhando vários cantores em grandes festas de prefeituras, exposições, etc. Essa experiência nos palcos nos levou a focar num trabalho próprio, então surgiu o Quinteto Dona Zaíra. Como já gostávamos de forró, começamos pesquisar muito, nos aprofundar na linguagem do estilo e nos informar sobre o circuito pé de serra. Em 2008, participamos pela primeira vez do FENFIT, com a música "Esconde o Lampião", e logo depois lançamos nosso primeiro CD, "O Forró de Dona Zaíra". O FENFIT e o CD nos abriram muitas portas, e começamos a viajar pelo Brasil todo. Logo após o lançamento do primeiro CD, o Vitor saiu do grupo e o Diego (triângulo) entrou em seu lugar. Em 2009, o Rafinha (cavaco) entrou no lugar do Fúlvio, e então participamos novamente do FENFIT, conquistando o 3º lugar! Assim surgiu o forró caipira tupiniquim do quinteto! kkkkk
Essa formação dura até hoje e tem dado muito certo.

C.T.F: Vocês têm alguns projetos com as meninas do Sinhá Flor. Nos conte um pouco sobre essa parceria e sobre o relacionamento de vocês.

Zaíra: Conhecemos o Trio Sinhá Flor no FENFIT 2008. Como elas têm um foco muito legal no trabalho vocal e cabeça muito aberta musicalmente, nos identificamos muito com o trabalho delas. Mantivemos o contato desde então e em 2010 fizemos um projeto juntos, chamado "Forró das Comadres". As meninas têm ideias muito boas e nos ajudamos mutuamente. Mas temos outras parcerias!! Gostamos muito de agregar novos estilos ao forró, convidar gente pra fazer música brasileira! Afinal quem conhece forró sabe que a ligação com choro, samba, música instrumental e afins é muito forte! Adoramos essas influências, que ficam muito evidentes na obra do mestre Dominguinhos, por exemplo. Então em 2010 fizemos uma festa em Piracicaba (nossa terra natal) onde convidamos músicos do choro, samba raiz, jazz e MPB. Era o Quinteto Dona Zaíra no palco e músicos de diversas áreas se revezando em participações inesquecíveis! Em 2011 teremos muitos projetos nesse sentido, pois através deles levamos o forró para públicos variados. Também temos a honra de contar com a participação do Hermeto Pascoal (que conhecemos em Curitiba!) no nosso novo CD, que sai ainda em 2011.

C.T.F: Vocês já tiveram oportunidades de tocar aqui no sul, principalmente em Curitiba. Como é tocar em uma cidade que não faz parte do circuito e não tem pré-conceito quanto ao forró?

Zaíra: Pra gente, Curitiba já faz parte do circuito do forró, pois tem pessoas engajadas trabalhando por isso. Além disso, o público curitibano que conhecemos já ouve muita coisa boa, conhece o bom e velho forró e dança direitinho...rs
Se depender do Quinteto Dona Zaíra, tocar em Curitiba com frequência é lei!!
Além do mais, pessoas sem pré-conceitos entrando no movimento são muito importantes, pois tendem a não seguir modismos e assim ajudam a elevar o nível do forró.

C.T.F: Como foi a recepção do público para/com vocês?

Zaíra: Ficamos arrepiados com a recepção dos curitibanos e mais arrepiados ainda com eles cantando várias músicas do nosso repertório!! "Tome Forró", "Maracatu", "O Baião Vai", Joga a Chave", "Esconde o Lampião", todas na ponta da língua!!
E voltando à questão anterior, é importante que um público cabeça aberta opine no forró. Um público sem pré-conceitos vai parar e ouvir de verdade a música que está sendo tocada, exigindo muito mais do músico está apresentando seu trabalho. Isso é ótimo! Se os forrozeiros gostarem do que ouviram, eles aprovam, independente de disse-me-disse, blá-blá-blá e nhém-nhém-nhém (como já dizia Mestre Zinho)...rs
A recepção foi a melhor possível e agradecemos ao público curitibano, que aprovou nosso som!

C.T.F: Nos conte um pouco sobre a rotina de vocês. Como é viajar o Brasil inteiro conhecendo cidades e pessoas diferentes.

Zaíra: Adoramos viajar pelo Brasil, a gente aprende muito!! Mas acabamos conhecendo os 2 lados da moeda, pois ao mesmo tempo em que existem pessoas responsáveis que se doam de corpo e alma pelo forró, também existem mercenários que só querem ganhar dinheiro às custas dos outros. Mas temos uma lei de zerar tudo o que é ruim e levar adiante só coisas boas e positivas que ajudem no nosso crescimento pessoal. E acabamos conhecendo parceiros ótimos pra vida toda, pessoas que nos ensinam muito com sabedoria e generosidade.
Também acabamos nos conhecendo muito bem, e aprendendo lições de convivência muito gratificantes, afinal, não é fácil conviver com as mesmas pessoas a maior parte do seu tempo. Às vezes a gente se estranha, se estressa... rs... mas por fim das contas tudo acaba em risadas, e percebemos q somos uma família. E uma família passa por dificuldades mesmo, não tem outro jeito de crescer!!
E a cada forró que tocamos, seja em Curitiba ou Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, etc. a gente acaba agregando mais gente a essa grande família que é o Quinteto Dona Zaíra!!
Muito obrigado ao blog Curitiba tem Forró, parabéns pelo trabalho, e obrigado aos forrozeiros curitibanos e de todo brasil!! bjo do quinteto!!



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